Como salário cada deputado federal ganhava em 2010 R$16.512,09mensais e em 2011 já passou de R$26.700 mensais . Isso fora o décimo-terceiro, décimo-quarto e… décimo-quinto! Já é um salário consideravelmente alto, ainda mais com todos estes pagamentos “extras”. Mas esse valor é baixo se comparado a outros que nós pagamos aos nossos funcionários federais. Vejamos:
O auxílio moradia, para aluguel de imóveis para morar durante os dias que passam em Brasília, é de R$3.000,00. Mesmo que o parlamentar já resida em Brasília, recebe o benefício. Some-se a isso mais R$4.000,00 de cota postal e telefônica. Haja sedex e DDD! E como todo deputado deve se manter informado, há uma verba de R$1.000,00 para impressões e assinaturas de jornais e revistas.
de R$ 9.000,00 para gastar com passagens aéreas. Essa verba é usada se o deputado for a uma convenção partidária em outra cidade, por exemplo. Mas também pode ser usada pra ir visitar aquela amiga que não vê faz tempo e que mora no Amapá. Afinal, eles não precisam justificar o uso dessa verba para ninguém. E como saúde é o bem mais importante de qualquer pessoa, os deputados e suas famílias podem pedir reembolsos ilimitados com médicos e dentistas. Na média, em 2009, foram R$8.000 por deputado.
Somando-se todos esses valores, um único deputado federal custa R$ 166.512,09 por mês. Como são 513 deputados, o valor total chega ao número obsceno de R$85.420.702,17 mensais. Recuso-me a fazer a conta do gasto anual. Prefiro assistir a um filme de terror; o susto é menor.
Voltando à analogia da empresa: se um funcionário não apresenta um desempenho que justifique o seu salário, seja ele alto ou baixo, é demitido e substituído por outro. Novamente, lembro: deputados são os funcionários. Nós somos os patrões. Você está confortável com o dinheiro que está pagando pelo seu subordinado?
Não é preciso ser nenhum gênio da engenharia financeira para perceber que muitos desses gastos podem ser cortados facilmente. O salário é altíssimo. O Brasil paga um dos maiores salários do mundo aos seus deputados federais. A verba de gabinete é astronômica e nenhum país desenvolvido permite que um político tenha o absurdo número de 25 assessores. A verba indenizatória, que inclui consultorias, é abrangente demais.
Em um mundo ideal, haveria um regulamento especificando com exatidão o que pode ser considerado consultoria. Auxílio-moradia para quem já mora em Brasília é uma verdadeira piada. Quanto à verba para cota postal e telefônica, deveria ser incluída na verba do gabinete. Quanto a impressões e assinaturas de publicações, o deputado que banque este valor do seu próprio bolso. Julgar desnecessária a justificativa para se usar a verba de passagem aéreas é mais uma piada.
E gastos com médicos e dentistas usando verba pública deveriam ser proibidos. Eles que paguem seus médicos do próprio bolso, como nós o fazemos, ou procurem atendimento no SUS.
Resumindo, esses gastos são mais do que uma farra, são uma afronta com a qual qualquer cidadão deveria se sentir indignado. Como disse outro dia o jornalista Augusto Nunes no Twitter: com a diferença entre o salário dos deputados e o salário mínimo, poderíamos comprar 3.022 potes de óleo de peroba. Imagine quantos mais se poderiam comprar contando os benefícios…
Com informações da Super Interessante.
(Valores de maio / 2010, fonte: ONG Transparência Brasil, extraído da Revista Superinteressante, edição 281 de Agosto/2010, 46-47.)
(Valores de maio / 2010, fonte: ONG Transparência Brasil, extraído da Revista Superinteressante, edição 281 de Agosto/2010, 46-47.)